quinta-feira, 30 de junho de 2022

ARQUIVO

http://rascunho.gazetadopovo.com.br/revistas-literarias-em-belo-horizonte/
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http://rascunho.gazetadopovo.com.br/revistas-literarias-da-decada-de-1970-4/
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ACERVO
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Categoria:Poetas_de_Minas_Gerais
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quarta-feira, 22 de maio de 2019

Gongo Soco - Crônica * Agripa Vasconcelos- MG

GONGO SOCO: DE MAIOR MINA DE OURO DO MUNDO
 À BOMBA RELÓGIO IMINENTE


Como a imensa maioria das minas de ferro, em Minas Gerais, o Gongo Soco teve seu início como uma mina de ouro, a mais célebre de todas. O Gongo Soco foi a mina que mais produziu ouro em toda a história da humanidade. Inicialmente, o Gongo Soco foi de propriedade de João Batista de Sousa Coutinho, o Barão de Catas Altas, que, a partir de 1818, apurou somas fabulosas de ouro daquelas lavras a céu aberto. Durante dois anos, o Barão extraiu, por dia, nada menos do que 7 quilos e meio de ouro puro dos talhos abertos do Gongo Soco, o que fez de Catas Altas um dos homens mais ricos do Império Brasileiro e bancou todas as excentricidades pelas quais ficaria conhecido.

Posteriormente, julgando, esgotada a mina, Catas Altas a vendeu para os ingleses da Imperial Brazilian Mining Association, que passariam a empregar tecnologia mecanizada na exploração do ouro, como o trem de vagonetes e o engenho hidráulico de pilões, cujas cabeças dos trituradores eram produzidas pela Fábrica de Ferro de João Monlevade. Monlevade foi o fornecedor preferencial de artefatos de ferro das companhias mineradoras inglesas por mais de 50 anos, forjando não apenas as cabeças de ferro dos trituradores do quartzito aurífero, cada uma pesando 80 quilos, como também qualquer outra ferramenta demandada pela mineração, além de peças muito maiores. Há registro de peça de ferro de mais 900 quilos de peso fabricada por Monlevade e enviada até o Gongo Soco através de seus famosos carretões de quatro rodas, puxados por muitas juntas de bois. Mecanizado, constituído na forma de uma companhia e conformado aos moldes de uma vila européia, contanto com mais de 1.000 habitantes, de 1826 à 1856, o Gongo Soco produziu na mãos dos ingleses 27.887 quilos de ouro puro, algo sem precedente ou paralelo no mundo. Foram quase mil quilos de ouro por ano, mais de 2 quilos e meio de ouro por dia.

Minas como o Congo Soco foram importantíssimas, não apenas pela grande quantidade de ouro que produziram, mas principalmente pelo emprego intensivo da mecanização a que foram pioneiras, sendo consideradas hoje pela historiografia como o alvorecer da indústria mineira. Tais minas deixaram uma marca tão indelével na construção da identidade regional que ainda hoje a herança daqueles idos pode ser observada no jeito de falar do mineiro. Manter o processo de mecanização sempre funcionando não era tarefa fácil. O inglês estava sempre cobrando do mineiro o porquê da interrupção do funcionamento. Então o inglês indagava: “why (?)”, que é a tradução de “por que (?)”. Daí a origem da interjeição “uai”, tão utilizada pelo mineiro para exprimir surpresa ou espanto. “Sô”, que em Minas é utilizado como pronome de tratamento e “trem”, que é utilizado pelos mineiros como sinônimo de qualquer coisa, também são originários do convívio dos mineiros com os ingleses nas companhias mineradoras do ouro. “Trem” é referente ao “train” de vagonetes, sob trilhos, que eram empregados nas companhias mineradoras para extrair o minério aurífero das galerias subterrâneas; “sô” é a adaptação do vocábulo “sir”, que era como os ingleses eram tratados nas companhias.

Depois de extinta a Companhia Inglesa do Gongo Soco, a mina passou a ser explorada pela Vale também por seu minério de ferro que é puríssimo e, obviamente, muito rico em ouro. Outrora, um colosso aurífero, indutor do desenvolvimento da região, agora, o Gongo Soco se transformou numa verdadeira bomba-relógio que pode explodir a qualquer momento, mediante o risco da ruptura de mais uma barragem da mineração. É, terrivelmente, vergonhoso testemunhar como a mineração virou sinônimo de medo em Minas Gerais.


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segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

AI-5 O LIVRO * Rogério Salgado - MG

AI-5 O LIVRO

Rogério Salgado - MG

Lançado a dois anos, dia 13 de dezembro de 2016, 48 anos após o "Golpe dentro do Golpe", o livro "AI-5", tem como autores: Bilá Bernardes, Helenice Maria Reis Rocha, Irineu Baroni, Petrônio Souza Gonçalves e Rogério Salgado. Com capa e projeto gráfico do poeta e art desing Irineu Baroni e organizado pelo poeta Rogério Salgado, o livro tem como convidados a poeta e artista plástica Neuza Ladeira, uma das vítimas da ditadura e do AI-5; Christina Rodrigues, historiadora, que traça um perfil histórico da época; Dalva Silveira, escritora e pesquisadora, que faz uma análise sobre a influência do AI-5 nas artes no Brasil e prefácio de Nilmário Miranda.

O Ato Institucional Nº 5, ou AI-5, foi o quinto de uma série de Atos Institucionais emitidos pela ditadura militar brasileira nos anos seguintes ao Golpe Militar de 1964 no Brasil. O AI-5, sobrepondo-se à Constituição de 24 de janeiro de 1967, bem como às constituições estaduais, dava poderes extraordinários ao Presidente da República e suspendia várias garantias constitucionais. Redigido em 13 de dezembro de 1968 pelo então Ministro da Justiça, Luís Antônio da Gama e Silva, o AI-5 foi o instrumento que faltava para que a ditadura, concentrado na figura do presidente, cassasse direitos políticos e interviesse nos municípios e estados. 

O AI-5 tirou todas as garantias jurídicas de qualquer cidadão brasileiro, honesto ou não, pois dava poderes a qualquer policial ou militar que prendesse, torturasse e assassinasse qualquer pessoa, desde que houvesse uma simples suspeita sobre ele, sem dar satisfação do que aconteceu e de onde havia sido jogado ou enterrado o corpo, isso dentro da Lei federal.
Com 72 páginas, o livro poderá ser adquirido por apenas R$ 25,00 (incluindo postagem dos Correios). 

Basta depositar o valor na conta poupança 119307-1 da Caixa Econômica Federal – Agência 0089 – Operação: 13, ou numa casa lotérica e enviar para o e-mail poetarogeriosalgado@yahoo.com.br informando à hora do depósito e endereço para envio do livro. Ou se preferir, envie cheque nominal a Rogério Salgado para a Caixa Postal 836 – Belo Horizonte – MG – Cep: 30.161-970.

sábado, 17 de novembro de 2018

Lançamentos do Livro “Turma do Ex-“ em São Paulo * Profª Dalva Silveira - MG

Lançamentos do Livro
Turma do Ex

Convite para eventos – Três  Lançamentos do Livro  "Turma do Ex-" em São Paulo
Acontecerão três lançamentos do meu segundo livro, De Realidade a Caros amigos: a Turma do Ex-, imprensa alternativa e seu legado, em São Paulo, a cidade onde o grupo de jornalistas se formou. Espero que, assim, você possa participar comigo de mais um momento muito importante em minha vida.
Abraços,
Dalva Silveira
"Nós amávamos o que fazíamos – captar o real e passar adiante, ensinando, comovendo e divertindo pessoas, como as abelhas amam captar néctar e fazer mel. O que marca a fundamental diferença, então, é que nós também nos amávamos. E que amor tínhamos pelo povo brasileiro!"
Milton Severiano
1º- Quarta, 21 / novembro / 2018, de 18 às 19:30 hs

Local: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo  (FFLCH) - Sala de Vídeo da História

Endereço: Avenida Professor Lineu Prestes, 338 - São Paulo – SP

2º- Quinta, 22 / novembro / 2018, de 16 às 18:30 hs

Local: PUC- SP (Programa de Estudos Pós- Graduados em Ciências Sociais)- Auditório 100-A 1º andar - Prédio Novo

Endereço: Rua Ministro Godoy,969 - Perdizes – SP 

3º- Domingo, 25 / novembro/ 2018, de 13 às 17:00 hs
Local: O Pasquim Bar e Prosa 
Endereço: Rua Aspicuelta,524 - Vila Madalena, São Paulo - SP   

Livre de vírus. www.avast.com.

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Trovadores do Vale - Coral * Antonio Cabral Filho - RJ

Coral Trovadores do Vale
http://trovadoresdovale.blogspot.com.br/ 
***
Espero que todos apreciem porque eu amo, amo de paixão as coisas boas da minha terra: Minas Gerais. 
Estou empreendendo uma pesquisa sobre Trovadores Negros, e na deriva esbarrei com este blog: Trovadores do Vale. Claro. Fui em cima, crente se tratar de Trova, mas logo entendi o recado: trovadores para eles quer dizer cantores. Aí ancorei a nave e fui verificar o blog. Descobri coisas fantásticas: Um Frei franciscano que deu origem a um Coral. Logo aonde... No Vale do Jequitinhonha. De onde vem minha família, meus antepassados Pataxós, e a fusão do elemento negro com os nativos, de suas culturas tão fortes, tão resistentes, que nenhum colonialismo destruiu. 
Ah, o mais interessante: em apenas seis postagens o blog conta a história do Coral e encerra suas atividades. Quer dizer, a equipe que editou o blog só queria isso, contar a história do Coral. Confiram...
*

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Amor de Minas * Antonio Cabral Filho - RJ


Amor de Minas


1
Minas, terra do desejo,
E dos machistas mineiros,
Onde os poderes de um queijo
Acabam com os entreveros.
2
Quem criou obras tão belas,
Como o luar das Gerais,
Fez da mulher uma delas,
Mas pra si tem algo mais.
3
Curvas, montanhas, estradas,
São tudo que Minas tem.
Riquezas mais elevadas,
São os relevos do meu bem.
4
Trem é coisa de mineiro,
Mas é meio de partida.
Leva o pai ao estrangeiro,
Deixa a prole desvalida.
5
Chamar-me mineiro “véi”
Não dá raiva nem me atinge,
Pois sou sim mineiro “véi”
Mas muito mais minha esfinge.
6
Minas tem o pão de queijo
Para dar-me nostalgia,
Mas meu amor com seu beijo
Faz-me pular de alegria.
7
Minas é rica de trem:
Além do trem de minério,
Exporta o trem do mineiro.
Igual assim ninguém tem.
8
Bate em meu peito catira
Das noites pelas Gerais,
Com o trem cheio de caipira
Ensaiando festivais.
9
Minas é demais da conta,
É terra das emoções,
Pois só ela tem Três Pontas
E até Três Corações.
10
Governador Valadares,
Figueira do Rio Doce,
Eu não sei quem é que trouxe
Tanto amor para esses ares.
11
Todos cantam sua terra,
Também vou cantar a minha
E no meu verso se encerra:

Minas Gerais é rainha! 

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Iacyr Anderson Freitas ... Etc * Antonio Cabral Filho - RJ

Iacyr Anderson Freitas ... Etc

Tendo publicado mais de vinte títulos de poesia, além de três de ensaio literário e um de contos, o escritor Iacyr Anderson Freitas participará, como autor brasileiro convidado, da V Bienal de Culturas Lusófonas, evento promovido pelo município de Odivelas, situado na região de Lisboa (Portugal). Tal evento busca enaltecer a produção artística de autores oriundos dos países lusófonos, nos domínios das artes plásticas, dança, cinema, teatro, música e literatura. A participação do escritor mineiro se dará no Encontro de Escritores Lusófonos, inserido na programação da Bienal, e cuja realização está prevista para os dias 19, 20 e 21 de maio do corrente ano.

No dia 19 de maio, terça-feira, a partir das 15h15min, no Centro Cultural Malaposta, Iacyr participará da mesa “A construção da escrita: agora as palavras”, coordenada por Luís Ricardo Duarte. O poeta brasileiro estará ao lado dos escritores portugueses Mário de Carvalho, José Fanha e Raquel Ochoa, bem como do moçambicano Adelino Timóteo.

 No dia seguinte, 20 de maio, quarta-feira, a partir das 15 horas, na Sala de Leitura “Natália Correia”, Iacyr lerá poemas de seu livro Viavária, obra que obteve, em 2011, o 1º lugar no Prêmio Literário Nacional do PEN Clube do Brasil e que será apresentada, na oportunidade, pelo escritor e fotógrafo Ozias Filho, nascido no Rio de Janeiro e radicado em Portugal há mais de duas décadas. A mesa será dirigida pelo escritor português Domingos Lobo e contará, também, com a participação do escritor Nuno Rebocho (de Cabo Verde). Completando a dobradinha brasileira, Iacyr apresentará o novo livro de Ozias, intitulado Insulares.

No dia de encerramento do Encontro de Escritores Lusófonos, 21 de maio, quinta-feira, a partir das 12h15min, no Centro de Exposições de Odivelas, Iacyr participará do painel “No ofício da escrita: tudo isto é humano e anda ligado aos sentimentos”, coordenado pelo escritor português Mário Máximo. O poeta brasileiro estará ao lado de Ana Paula Tavares (Angola), Calane da Silva (Moçambique) e Maria Barroso (Portugal).

Para encerrar a agenda lusitana, Iacyr também lerá poemas de Viavária na Livraria Gato Vadio, situada na Rua do Rosário, 281, no Porto, a partir das 21 horas do dia 23 de maio, sábado. O poeta brasileiro esteve nesta mesma livraria, em março deste ano, participando de uma sessão de leituras dedicada ao poeta Manuel Bandeira e autografando o livro Ar de arestas, que foi destacado nas duas principais premiações literárias do ano passado no Brasil: foi finalista do Prêmio Jabuti e semifinalista do Prêmio Portugal Telecom.

Ar de arestas foi lançado também em Lisboa e em Amarante, cidade situada no Douro, norte de Portugal, bem como na Livraria Ciranda, em Santiago de Compostela, em eventos realizados no final de março e no início de abril do corrente ano.  

*
Algo Sobre...

Iacyr Anderson Freitas nasceu em Patrocínio do Muriaé (MG) em 1963. Poeta, contista e ensaísta, com diversas premiações literárias no Brasil e no Exterior, já publicou sua obra na Argentina, Chile, Colômbia, Espanha, Estados Unidos, França, Itália, Malta, Suíça, Peru, Portugal e Venezuela. Além dos livros citados acima, A soleira e o século (2002), Trinca dos traídos (2003) e Quaradouro (2007), bem como Terra além mar (antologia poética editada em Portugal em 2005), são alguns de seus títulos mais recentes.

Algo mais...

https://acf136.blogspot.com.br/2013/11/iacyr-anderson-freitas.html 
 ***

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Rogério Salgado Dá Adeus à Ribalta * Antonio Cabral Filho - Rj

Rogério Salgado Dá Adeus À Ribalta
-mgpoetasdelmundo-
*
"CARTA ABERTA AOS AMIGOS (OS VERDADEIROS) 
E AOS QUE ACOMPANHAM MINHA CARREIRA, 
EM RESPEITO A ELES.
Tenho recebido algumas cobranças para participar de debates e lutas pela poesia independente e pela cultura na capital mineira, assim como de ter minha participação em vários eventos ligados a esses segmentos. Nesses 41 anos de carreira literária e 62 anos de vida bem vividos e bem lutados, ajudei muito a cultura em Campos dos Goytacazes\RJ, minha cidade natal e em Belo Horizonte\MG, cidade na qual resido hoje e tenho consciência disso. 

Na década de 70, em Campos dos Goytacazes, participei de um jogral criado pelo diretor de teatro e dramaturgo Orávio de Campos Soares, para o Teatro Escola de Cultura Dramática, grupo do qual eu fazia parte e apresentávamos nas praças, com textos combatendo a ditadura militar vigente na época, depois criei com amigos poetas o Grupo Abertura de Artes e Estudos e fazíamos movimentos nas ruas e principalmente no Boulevard Francisco de Paula Carneiro, levando poesia para o povo, também combatendo a ditadura. Em 1979 participei como um dos cabeças da semana “Arte para o povo em tempo de abertura”, com teatro, poesia, etc, com apresentações gratuitas no Teatro de SESC. 
Em Belo Horizonte, na década de 80 publicávamos, eu, Virgínia Reis e Wagner Torres a revista Arte Quintal, na qual buscávamos artistas independentes e colocávamos na nossa revista. Na capa, como estratégia de marketing, tinha um artista famoso, fazendo com que as pessoas comprassem a revista e depois de lerem esses artistas, caiam nas páginas do artista independente, conhecendo-o. Vendíamos até as coisas pessoais para publicar a revista e depois saíamos à noite vendendo-a de mão em mão, recebendo elogios e humilhações nos bares da capital. Nos anos 80, fui um dos cabeças do Movimento que brigou para que a Fazenda Giannette, na região do bairro Itapoã, em Belo Horizonte, não se transformasse em mais um conjunto habitacional e graças a essa luta, hoje existe o Centro de Referência da Cultura Popular e Tradicional Lagoa do Nado, espaço ecológico aberto ao público. Depois, em 2000 junto com outros poetas, ajudei a criar o Sarau da Lagoa do Nado, primeiro sarau em Centro Cultural na capital mineira. Em 2005 criei com Virgilene Araújo, o Belô Poético – Encontro Nacional de Poesia de Belo Horizonte, evento este que reunia na capital mineira, poetas de diversos estados do país e até do exterior. Lutávamos muito anualmente para a realização desse evento, o qual era aberto espaço para debates sobre os caminhos da cultura em Belo Horizonte e no país e apesar de contarmos com uma equipe de poetas amigos que nos ajudavam voluntariamente, já que até cheguei a tirar dinheiro do bolso para a concretização desse evento, dos mais de cem poetas que vinham por conta própria de vários estados desse país, apenas uns doze a quinze poetas belorizontinos no máximo, compareciam ao Encontro. Em 2014, fizemos o 10º Belô Poético e decidimos encerrar o Encontro, para cuidarmos das nossas vidas, com a certeza de que essa seria a melhor decisão que havíamos tomado naquele ano. Também criei e realizei com Virgilene Araújo o projeto Poesia na Praça Sete, que teve cinco edições, projeto esse realizado com os benefícios da Lei Municipal de Incentivo a Cultura de Belo Horizonte entre 2006 e 2011 e que foi considerado por um jornalista de Brasília como o projeto de poesia mais democrático da história deste país. Convidávamos poetas para participarem profissionalmente e pagávamos cachês para eles, como também abríamos espaços para advogados, políticos, vagabundos, mendigos, pivetes com latas de cola, moradores da rua e tantos mais, recitarem o que quisessem no microfone.
Em 2014 publiquei meu livro de memórias “Poeta Ativista” comemorando 40 anos de carreira literária e hoje consigo sobreviver de poesia de forma independente e honesta, sem precisar da Fundação Municipal de Cultura, da Secretaria de Estado da Cultura, do Ministério da Cultura, da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, das Leis de Incentivo, da Bienal do Livro de Minas Gerais, a qual adoro ir como público e de nenhum outro órgão municipal, estadual ou federal. Por isso decidi que vou dar um tempo de eventos e movimentos culturais na capital mineira e eu mereço esse tempo, por tudo que já fiz e construí. Estarei fora do circuito cultural de Belo Horizonte até achar que devo voltar, com exceção da Exposição Glória, homenagem ao centenário de minha mãe, pianista Glória Salgado, a qual levarei mensalmente até agosto de 2017, em vários espaços da capital mineira; as oficinas de Conhecimentos Poético-Musicais, que ministro profissionalmente e mensalmente em Centros Culturais de BH, trabalho profissional no qual sou patrocinado por amigos para realizá-lo, cuja próxima oficina será realizada no Centro Cultural Pampulha, dias 16, 23 e 30 de setembro, às 19 horas e o Feira de Poesia, evento realizado pela poeta Bilá Bernardes no Centro Cultural Padre Eustáquio, pertinho de onde moro, nas últimas quintas-feiras do mês, pela enorme amizade e respeito que tenho por ela. Não deixarei de escrever meus poemas, para daqui a alguns anos – se Deus o permitir – publicar meu próximo livro, assim como só aceitarei convites profissionais - já que sou poeta profissional – para participação em eventos na capital mineira e em outros estados brasileiros.
Como cidadão brasileiro, me aposento daqui a três anos e quero talvez, cultivar uma horta no quintal da minha futura casa.
No mais, meus amigos, até breve.
Rogério Salgado"

*

sábado, 30 de julho de 2016

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

O Encanto Das Trovas Tomo III Minas Grais Vol 2 * Antonio Cabral Filho - RJ

O Encanto das Trovas Tomo III
Minas Gerais Vol 2
Editor: José Feldman - PR
https://www.academia.edu/22149206/O_Encanto_das_Trovas_Tomo_III_Minas_Gerais_Vol._2 
*
José Feldman Academia Edu
http://independent.academia.edu/JoseFeldman 
*

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Dicionário Biobibliográfico de Escritores Mineiros / Constância Lima Duarte * Antonio Cabral Filho - RJ

Dicionário Biobibliográfico
De Escritores Mineiros

Organizadora:
Constância Lima Duarte
https://issuu.com/grupoautentica/docs/dicion__rio_biobibliogr__fico_de_es 
Algo sobre...
“A extensa produção intelectual de Minas Gerais merecia há tempos um dicionário. A sua oportuna publicação, resultado de pesquisa rigorosa, ocupará lugar privilegiado na estante de leitores e curiosos da cultura mineira.” [Eneida Maria de Souza] “Obra imprescindível para estudantes, professores e pesquisadores da literatura de Minas Gerais 
* 

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Clássicos Brasileiros Google Play * Antonio Cabral Filho - RJ

Clássicos Brasileiros Grátis
Google Play
Histórias e Tradições
da Província de 
Minas Gerais
Bernardo Guimarães
Link do livro
https://play.google.com/store/books/details/Bernardo_Guimar%C3%A3es_Hist%C3%B3rias_e_Tradi%C3%A7%C3%B5es_da_Prov%C3%ADn?id=CYJcAAAAQBAJ 
*
Link da coleção
https://play.google.com/store/books/collection/promotion_1000e69_classicos_gratuitos 
*

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Belo Horizonte Em Trovas / Silvia Motta - MG

ABEL LARA
O crime é ação nefanda,
que aos poucos o ser degrada.
quem o comete debanda
das normas de vida honrada.

† – AIR FÉLIX DA COSTA
Quando sorrires na vida,
pelo amor de um só momento,
não esqueça a despedida
que traz sempre sofrimento.
ALAIR ALMEIDA
Francisco, santo que faz
renascer nos corações
o puro bem: dá-me paz
na paz de tuas lições.
ALMIRA GUARACY REBÊLO
A ilusão de ser amado
foi um erro que eu maldigo.
Passei a vida ao teu lado,
nunca estiveste comigo.
ALOÍSIO GENTIL PIMENTA
Saber viver de verdade
e jamais ficar tristonho
é não permitir que a idade
seja mais velha que o sonho.
†ALYDIO DE CARVALHO SILVA
Meus longos anos de vida
a natureza retrata,
mostrando a estrada vencida,
nos meus cabelos de prata.
ALUÍZIO ALBERTO DA CRUIZ QUINTÃO
Sonhos de quem muito anseia
nesta sina de mortal
são pequenos grãos de areia
na construção do ideal.
AMAZILDE REHWAGEN
O que aquece a alma da gente
é sempre a boa amizade,
que aclarando nossa mente
traz também amenidade.
ANA ATAÍDE FERREIRA DA SILVA
No grande livro da vida,
seguindo os planos divinos,
o ser vivo consolida
impenetráveis destinos.
ÂNGELA MARIA LOPES LOURENÇO
Certa de que vencerá,
não vacile, sempre insista.
Só assim descobrirá
o segredo da conquista.
ÂNGELA TOGEIRO FERREIRA
O sentimento do amor,
os homens todos nivela,
seja na alegria ou dor,
na riqueza ou na favela.
ANTÔNIO AUGUSTO D´ALMEIDA
Um juiz mostrando pena,
pega a pena e sentencia…
A lei fria te condena.
Eu, de pena, absolveria.
ANTÔNIO COURI
Por não ser pai, não perdi
nem um pouco do meu brilho;
pelo menos aprendi
a grandeza de ser filho.
ANTÔNIO FRANCISCO PEREIRA
Quem não tem desde menino
um horizonte na vida
é um barco sem destino
voltando à ilha perdida.
† – APRYGIO NOGUEIRA
A maldade se renova,
mas na UBT, sem favor,
quem planta uma simples TROVA
colhe um alqueire de amor!
† – ARMINDO SANTOS TEODÓSIO
O elogio – força imensa
de incalculável valor…
tem sabor de recompensa
pra quem recebe o louvor.
AUXILIADORA DE CARVALHO E LAGO
Enfrento problemas meus,
vendo a vida por um fio…
Seguro nas mãos de Deus,
e venço o meu desafio.
BEATRIZ CARTAXO COTTA
A magia da esperança
impulsiona o dia-a-dia,
minha mente não se cansa
de forjar tanta alegria.
BENEDITO MACHADO HOMEM
Dizem que amor alimenta.
(Que ditado sem valor!)
-Quanto mais o nosso aumenta
mais tenho fome de amor!
BENETE JUDITH CÂNDIDO
A primavera dos anos
passa depressa, fugaz…
Surgem logo os desenganos
que o outono sempre traz.
† – CARLOS de ALENCAR
Um espírito de escol,
que de virtudes é fonte,
nos parece a luz do sol,
a despontar no horizonte.
CARLOS FERNANDES
Portugal! Eis-me a ti unido
na presença do passado,
quando escuto enternecido:
-Nossa Senhora do Fado.
CARLOS FERREIRA CHAVES
Seu sono traz o tormento
de sonhar alto, tem medo;
não queira, em qualquer momento,
revelar nosso segredo.
CARLOS ROBERTO FERNANDES
Revejo no meu diário
este pesado refrão:
só quem está solitário
sabe a dor da solidão.
CÉLIA MARIA BARBOSA RODRIGUES
Se choro, se rio ou canto
quero o mundo transformar…
O vácuo suga meu pranto,
não tem eco o meu sonhar.
CÉLIA LAMOUNIER DE ARAÚJO
Numa gaveta ordenada,
meus amores arquivei.
Cada partida chorada
em saudade transformei.
† – CÉLIA SALES BRANDÃO
Semeie o bem e verá
com que carícia e amor,
o futuro lhe trará
uma braçada de flor.
CÉLIUS ÁULICUS
Ninguém sabe em que dará
tanto desmate e desmonte.
Esse belo onde é que está?
onde é que está o horizonte?
CELY MARIA VILHENA FALABELLA
Duas mãos se separando
no longo apito do trem,
são salmos que vão rezando
e o pranto dizendo: Amém.
CLARA DE ASSIS SOUZA GUIMARÃES
Amor de mãe, sempre eterno,
não se pode contestar;
O filho que é muito terno
ela tende a perdoar.
CLÉLIA ROSA DE LIMA
A música é terapia,
também remédio bendito.
Ela possui a magia
que nos leva ao infinito.
CONCEIÇÃO PARREIRAS ABRITTA
Hoje, no outono presente,
cada dia que me aflora
vivo a festa do poente,
mas meus sonhos são de aurora.
CONCEIÇÃO PILÓ
“Palácio da Liberdade”
assim ficou nomeado,
no ideal desta cidade
e na glória do passado.
CRISTIAN MAURÍCIO GUIMARÃES
Amor, em grande poder,
ensoberbece a fraqueza,
que esta não pode conter
seu excesso de beleza.
† – DINA MANGABEIRA
No silêncio em que vivi
de angústia e de solidão,
eu nem percebi que, aqui,
em meu peito, há um coração.
EDELVAIS CAMPOS SILVA
Seja lua cheia ou nova,
quarto minguante ou crescente,
romântica, sempre aprova
esse nosso amor ardente.
EDMILSON FERREIRA MACEDO
Na minha mesa da sala,
teu retrato é, na verdade,
a imagem que mais me fala
no silêncio da saudade.
EDUARDO TOLEDO
O meu velho coração,
em constantes desafios,
é feito um mar de ilusão
bebendo os sonhos dos rios.
ELSE M. SOUZA MAIA
Saudade cruel tormento,
retorne ao meu corpo lasso,
nem que seja um só momento,
a impressão daquele abraço.
EVA REIS
Esse azar não mais porfia
e o treze a fé bem merece,
pois no céu, Santa Maria,
num dia treze aparece.
† – FELISBINO CASSIMIRO RIBEIRO
(EURIPO BARBACENA)
Meu São Francisco de Assis,
Dai-me o verso bem rimado;
quero sentir-me feliz,
sem nenhum, de pé quebrado.
FERNANDO LOPES DE ALMEIDA SOARES
Que melodia há na TROVA,
cativante como a estrela,
tão antiga e sempre nova!…
-Mas quão difícil fazê-la!
† – FRANCISCO LÚCIO DE OLIVEIRA
Não penses que sou feliz,
só por me ouvires cantar.
É que da música eu fiz
o meu jeito de chorar.
† – FRANCISCO PÉRSIO FALABELLA
Minha mãe partiu tão bela,
Deus a levou, entretanto,
eu me sinto perto dela
pelas gotas do meu pranto.
FRANCISCO VIEIRA CHAGAS
Viajei para voltar,
mas algo lá me prendeu.
Eu fui levado ao altar
e o meu amor se perdeu.
GERALDA MAJELITA BORGES LADEIRA
Na fronteira do passado,
a verdade eu traduzi…
Foi um sonho mal traçado
que louvei…hoje o esqueci.
GERALDO TAVARES SIMÕES
Nossa amizade louvável
é como a água da minha;
contínua, inesgotável,
pura, clara, cristalina.
† – GRAZIELLA LYDIA MONTEIRO
Pobre de quem, terra-a-terra,
vive seu mundo tristonho,
sem o horizonte que encerra
a fantasia do sonho.
IDA DUTRA SACRAMENTO
No grande mar desta vida,
quando remamos ao léu,
é preciso que presida
a orientação lá do céu.
IEDA MARINI SOUZA OLIVEIRA
Ó minha mãe tão amada!…
seu afeto e seu carinho
hão de guiar minha estrada
até o fim do caminho.
IGNOCY FLÁVIO LEITE
Galgo a vida, passo a passo,
numa sensata porfia.
Não existe mais fracasso
para aquele que confia.
ILÁ ARAGÃO
O relógio descompassa…
Minha vida vai marcando.
Quanto mais o tempo passa,
a velhice vai chegando.
IMACULADA CATARINA SILVA
Sorriso e horizonte abertos,
esta menina sapeca
faz babar “tolos” espertos
e, sem querer, o homem peca.
IOLANDA LÚCIA SOARES GOMES
Segredo se confessá-lo
ao seu próprio coração,
não queira nunca torná-lo
domínio da multidão.
IONE TAGLIALEGNA
Depois da chuva bem fina,
a terra fria se cobre
com o tênue véu da neblina
até que o sol o descobre.
IRENE CÉSAR BOTELHO
Paz todo mundo cobiça,
bem-estar, tranqüilidade.
Paz é filha da justiça,
inspirada na igualdade.
† -ISABEL MONTEIRO SOARES
Quanto mais busco o horizonte,
que limita a minha vida,
mais tenho rugas na fronte,
pela esperança perdida.
IVONE MENDES
Cada página vivida,
feito a vida no garimpo,
eis que é uma pedra que a vida
lapida passando a limpo.
IVONE TAGLIALEGNA PRADO
Mesmo no inverno da idade,
ainda vivo à tua espera…
Por isto, visto a saudade
com traje de primavera…
JACY GOMES ROMEIRO
O silêncio me amargura;
não gosto da solidão.
Prefiro ter a ventura
de um amor no coração.
JOÃO DE DEUS MENDONÇA
Horizonte que deu brilho
a conquistas gloriosas,
me orgulho de ser teu filho,
Capital das Alterosas.
JOÃO EVANGELISTA FALCÃO
Tal e qual, jogado fora…
Pelo vento…ao seu sabor,
vi-me tão só, naquela hora,
tão triste!…Coisa do amor.
† – JOÃO PEREIRA DA SILVA
Numa trova canto a fama
da História de Portugal,
que guarda um Vasco da Gama
e um Pedro Álvares Cabral.
JOÃO QUINTINO DA SILVA
O regalo de um amigo,
meu cabaz de rima em flor,
no soneto, encontra abrigo,
a parábola de amor.
JOSÉ BERNARDINO PEIXOTO
Fico às vezes meditando
nas verdades do ditado:
quanto mais estou amando,
tanto menos sou amado…
† – JOSÉ CAPANEMA
A vida é um circo. Os artistas
têm suas glórias e fracassos,
se faltam bons trapezistas
sobram feras e palhaços.
JOSÉ CARAM ELIAS JAUDE
Voa, voa, ó andorinha
e vai em busca de alguém
entregar esta cartinha
e contar o que ela tem.
JOSÉ CARLOS BAETA
Tem cada igreja seus sinos,
cada sino tem um som;
soam às vezes como hinos,
e, muitas vezes, só um “bom”.
JOSÉ COURI
É de me dar nostalgia
esse horizonte sem fim,
porque me lembra, Maria,
tua distância de mim…
† – JOSÉ CHAMONE
Tenho irmãs freiras, por isto
não receio azares meus,
pois sendo esposas de Cristo,
eu sou cunhado de Deus.
† – JOSÉ DE ANDRADE E SILVA
Eu sempre fui um escravo
de teus caprichos, querida;
mesmo julgando-me bravo,
fiz da prisão minha vida.
JOSÉ DE ASSIS
A caridade em ação
da grande obra Vicentina,
nos brota do coração…
Ó que dádiva divina.
† – JOSÉ DE OLIVEIRA FONSECA
A velhice é fim de estrada…
A sua espera, vem segredo;
para trás, só fica o nada
e, na frente, mora o medo!!!
JOSÉ FABIANO
Deu-me a sorte, com descaso,
no banquete deste mundo,
alegria em prato raso
e tristeza em prato fundo…
JOSÉ LARA
Graças ao nosso minério,
nossas matas, nossas fontes
serão logo um cemitério…
Adeus, meu belo horizonte!
JOSÉ LOURENÇO
A saudade sempre é vida,
por mais que doa na gente.
recordar um Bem, querida,
é vivê-lo novamente.
JOSÉ LUCAS FILHO
Pensei que o tempo esfriasse
a chama do amor de outrora,
mas vejo um sol que renasce
a cada romper da aurora…
JOSÉ OCTÁVIO DE BRITO CAPANEMA
E tomando verbo e brilho,
aprumado, já em cena,
falando, na voz do filho,
emocionado ele acena.
JOSÉ OSVALDO DE SOUZA
Não mudou a minha sina,
em tantos anos a fio:
acordo e sigo a rotina
dum horizonte sombrio.
† – JOSÉ VALERIANO RODRIGUES
Onde a saudade é nascida,
minha saudade a revê.
quando vejo a despedida
dos outros, – penso em você.
JUPYRA DE OLIVEIRA VASCONCELOS E ALMEIDA
Sua carta custou tanto,
foi tanto tempo a passar
que a saudade, ao ver meu pranto,
também se pôs a chorar.
JURACEÍ BARROS GOMES
Do cruzeiro da cidade,
onde todos nós brincamos,
só ficou muita saudade
da infância que lá deixamos.
LAÉRCIO ANDRADE PEDROSO
É o pensamento que insiste
na verdade que não nego;
A perfeição só existe
dentro dos olhos de um cego.
LAURA APARECIDA DA SILVA
Foi pensando na alegria,
que Deus nos criou a flor,
dando-lhe muita harmonia,
alegria, paz e amor.
LEILA MÍCCOLIS
Esse perfume- gostoso
que de muito longe vem,
tão delicado e amoroso,
só pode ser do meu bem.
LEOLINA DE OLIVEIRA MENDONÇA
Fiz trovas para matar
saudades do trovador,
que me deixando a chorar,
não pensou na minha dor.
† – LIBÂNIO RODRIGUES
Trabalhador incansável
nem tempo tem pra cuspir.
Inda consegue, notável,
Trovas fazer, sem dormir.
LÍGIA MARIA DE REZENDE
“Ama e faze o que quiseres”
dizia Santo Agostinho
porque -puro em seus misteres-
traça o amor reto caminho!
LUCÍLIA CÂNDIDA SOBRINHO
Sedução é como o vinho:
inebria de repente,
mas fica sempre o gostinho
da conquista inconseqüente.
LUCY MOREIRA DA SILVA RODRIGUES
Saber bem envelhecer
pode ser arte ou virtude,
difícil é deixar de ter
saudades da juventude.
LUIZ CARLOS ABRITTA
O que conta nessa vida
não é tempo, nem idade,
mas a procura renhida
da deusa felicidade.
LYGIA BRITTO DE SOUZA
Quando eu sinto o vento arfando
teus cachos em mil novelos,
penso em teu gesto afagando
as mechas dos meus cabelos.
LYGIA GOMES DE PÁDUA
Concebo na trova o encanto
porque nela encontro o amor.
percebo sob o seu manto
quanto é bom ser trovador.
MARCOS NOGUEIRA DA GAMA
Toda fortuna que é obtida
sem trabalho e sem amor,
traz desenganos na vida,
faz do rico um sofredor.
MARIA ANITA GUIMARÃES
Amor é forma constante
de conservar a união,
mais aumenta, se distante,
de perto…mais emoção.
MARIA AUXILIADORA DE CARVALHO E LAGO
A maior sabedoria
dispensa toda ciência:
é aprender com Maria
fé, amor e paciência.
MARIA AUXILIADORA GALINARI NASCIMENTO
(DODORA GALINARI)
Como prova de me amar,
Deus achou uma solução:
foi letra de MÃE gravar…
na palma de minha mão.
† – Mª. BICALHO PARREIRAS RANDT
Na mentira tanto tempo,
nosso falso amor viveu,
por isso no contratempo,
não resistindo, morreu.
MARIA CARMEM DE CASTRO AMORIM XIMENES DE SOUZA
O Encontro dos Trovadores
vindo de outras paragens
carrega muitos valores
em suas ricas bagagens.
MARIA DA CONCEIÇÃO VIEIRA DE ALMEIDA
Para enganar o meu pranto,
conto histórias, canto a dor
e me abrigo no acalanto
dos versos do meu amor.
MARIA DA COSTA LAGE
Este mistério de outono
vem me envolvendo, mansinho…
Velhice é como abandono
do amor que se foi do ninho.
MARIA DA CRUZ PEREIRA NUNES
Pro Calvário foi Jesus,
levando a Cruz, grande dor!
dia sombrio e sem luz…
morreu Jesus por amor.
† – MARIA DOLORES PAIXÃO LOPES
LOLA DE OLIVEIRA
Um raio de sol, que a medo,
a vidraça atravessou,
desvendou nosso segredo…
o amor que a noite ocultou…
MARIA EDNA DA SILVA LOPES
Como é bom rever amigos
e por a conversa em dia,
lembrar dos tempos antigos
no reencontro da alegria.
MARIA ENEIDA NOGUEIRA GUIMARÃES
Só através da aparência,
nunca se pode escolher,
pois a verdadeira essência
é difícil de se ver.
MARIA LÚCIA DE GODOY PEREIRA
Uma palavra bem dita
é como seta certeira:
a sua ação infinita,
vale uma sentença inteira.
MARIA NATALINA JARDIM DE ALMEIDA
Por um filho, amor tão doce
nutre a mãe em demasia,
se um cento de filhos fosse
pelos cem dividiria.
MARIA ODETE SOUTO PEREIRA
Foste chuva de verão,
benfazeja e passageira;
mas teu abraço, esse não,
me aquecerá a vida inteira.
MARLEIDE CANEDO DE OLIVEIRA
A vida nos leva sonho,
nos devolve outros também;
de todos os que transponho,
só o amor supera o bem.
MARLENE DUARTE DE SÁ
As nuvens brancas de arminho,
no céu puro cor de anil,
se movem devagarinho
desenhando seu perfil.
MARLEIDE LEITE
O egoismo que nos cega
não traz nenhuma emoção.
Quem na vida o amor sonega,
põe ódio no coração.
MARTA ANAEL DE MOURA MAGALHÃES
O amor é pura atitude
que assumimos livremente,
um terno olhar de virtude
faz amar eternamente.
MERCÊS MARIA MOREIRA
No céu do meu coração,
teu amor é sol de outono,
aquecendo a solidão
do meu profundo abandono.
NAPOLEÃO FERREIRA DE MACEDO E MELO
Antigo Curral del-Rei,
depois, Cidade Jardim…
Hoje, poluída, nem sei
como chamar-te, por fim!
† – NILO APARECIDA PINTO
Sonhei com a Virgem Maria
– no céu, num trono de flores,
– nossa senhora aplaudia
– o canto dos Trovadores.
OLGA SALOMÃO DE FRANCOUBT
Vento, não batas à porta,
pois isso não fica bem…
penso ser minha Maria,
vou abrir, não é ninguém.
OLÍMPIO DA CRUZ SIMÕES COUTINHO
Não quero melhor abrigo
do que no teu coração,
onde o nosso amor antigo
desconhece a ingratidão.
† – PAULO DE TARSO COSTÁBILE
Declina o sol e aparece
o colorido horizonte!
Roga-se em serena prece
que um novo dia desponte.
PAULO EMÍLIO PINTO
Mais bebo, mais me angustio,
tamanha é a dor que me invade.
-Sou planta de beira-rio
numa enchente de saudade.
RELVA DO EGYPTO REZENDE SILVEIRA
Das mãos de Deus vai caindo,
em forma de chuva mansa,
a bênção da água…e espargindo
as sementes da esperança.
RENATO PASSOS
O médico, grande artista,
na arte de poder curar,
tem que ser malabarista,
pra sua morte driblar.
ROSA DE SOUZA SOARES
Sabe porque só me resta
debruçar-me na janela?
É porque o melhor da festa
é mesmo esperar por ela.
SIDNÉIA NUNES GUIMARÃES
E Deus nos trouxe a verdade:
-nascimento de Jesus…
Sua própria eternidade
trouxe ao mundo paz e luz.
SÍLVIA DE LOURDES ARAÚJO MOTTA
Três filhos são lindos laços,
do meu amor sem medida,
para todos, dou abraços
e bênçãos por toda a vida.
STELLA DA COSTA CÉSAR
Amor de ternura feito
numa noite enluarada…
Por um nada foi desfeito,
numa fria madrugada.
TEREZINHA RAPOSO COSENZA
Minha cidade é uma fonte,
de pureza cristalina,
onde a visão do horizonte,
é um sonho que não declina.
THEOLINA VILELA
Quantas vezes o palhaço
com sorriso de alegria
disfarçando seu fracasso,
ganha o pão de cada dia.
THEREZA COSTA VAL
(Maria Therezinha Costa Val Araújo)
Quando a noite silencia,
a saudade chega, intensa
e ocupa a casa vazia
onde, outrora, eras presença.
VICENTE DE PAULA VIOTTI
Auto-estima é natural,
mas se demais, é vaidade,
sendo evidente sinal
de oculta mediocridade.
† – VIRGÍLIO G.ASSUNÇÃO
Das prendas do coração
só a saudade- destoa:
nas outras mora o perdão
e a saudade não perdoa.
YVONNE GROSSI
Escreve-me e manda flores,
poesias, constantemente,
como entender seus amores
se a presença é tão ausente?
WALDEMAR PEQUENO
Há uma luz que me alumia,
uma luz que o céu não tem,
nem de noite e nem de dia;
-a dos olhos do meu bem.
WANDA DE PAULA MOURTHÉ
Brilho, sombra, e agora o breu:
roteiro de vida a dois…
Amor fugaz que morreu
sem a chance de um depois.
WILMA DE PAULA (PEIXOTO) LANA
Vem caindo devagar,
boa chuva e é de verão.
Eu me ponho a divagar:
se volto com ele ou não.
† – ZÉLIA BARROS ALENCAR
Janelas mais indiscretas
que as dos teus olhos, não vi:
revelam coisas secretas,
sempre falando por ti.
ZENI DE BARROS LANA
As flores que tu me atiras,
com falsidade sem fim,
são pedras, pois são mentiras
que doem dentro de mim.
† – ZENÍLIA PAIXÃO
As suas mãos enrugadas
às minhas se entrelaçaram,
lembrando emoções passadas
que em nossas almas ficaram.
ZILÁH ÁVILA CASTRO
Tua presença me traz
sempre esta mesma emoção;
jogando assim, para trás,
tristezas que lá se vão.
† – ZILDA NOVAIS
Caminhando passo a passo,
entre sonhos me embalei,
mas passo a passo desfaço
todos os sonhos que sonhei.
Fonte:
Seleção por Silvia Motta 
https://nuhtaradahab.wordpress.com/2011/02/03/belo-horizonte-em-trovas/ 
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